Heráclito de Éfeso (540 a.C. - 470 a.C), como o próprio nome indica, nasceu na cidade de Éfeso, mereceu lugar de destaque sendo considerado um dos filósofos mais fascinantes, apesar de suas idéias meio confusas, por isso recebeu o apelido de “O Obscuro”. Esse cientista transmitia seus ensinamentos em forma de jogos de palavras e charadas que levavam as pessoas a pensar, refletir.
Em razão da forma de expor suas idéias, Heráclito vem provocando debates acirrados há mais de vinte séculos. Os gregos e romanos já discutiam sobre ele, e mais tarde foi tema de debates entre cristãos e muçulmanos. Já na filosofia moderna e contemporânea sempre ressurge assuntos ligados a esse cientista.
O filósofo possuía um caráter altivo e melancólico, recusou-se a intervir na política, manifestou desprezo pelos antigos poetas, era contra os filósofos de sua época e até contra a religião.
Heráclito nomeou o princípio organizador que governa o mundo de “logos”, são dele as seguintes frases:
- "Da luta dos contrários é que nasce a harmonia.”
- “Tudo o que é fixo é ilusão.”
- “Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio.”
- “Não escutem a mim e sim ao logos.”
- “Das coisas surge a unidade. E, da unidade, todas as coisas.”
Ele queria transmitir a idéia de que tudo que existe é uma manifestação da unidade da qual o homem faz parte. As transformações, segundo o filósofo, são conseqüências da tensão entre os opostos, da ação e reação. Segundo ele, o sol é novo a cada dia e o universo muda e se transforma infinitamente a cada instante. Para exemplificar, compare essa idéia com os símbolos taoístas de ying e yang:
Os opostos se completam.
Como se vê, os opostos fazem parte de um único todo, esse símbolo representa a teoria descrita onde tudo está em um fluxo constante mantendo uma unidade absoluta através do “logos”. Esta teria sido a grande descoberta do cientista: existe uma harmonia oculta das forças opostas, como a do arco e fecha.
Heráclito recebeu o nome de filósofo do fogo, por que defendia a idéia de que o agente transformador é o fogo: ele purifica e faz parte do espírito dos homens. Esses conceitos inspiraram os primeiros cientistas que exploraram na prática a união do material e o imaterial através do fogo: os famosos Alquimistas.