Caberá a um júri composto por sete homens a decisão de absolver ou condenar os 15 policiais militares do Comando de Operações Especiais (COE) que respondem pela morte de oito presos da antiga Casa de Detenção de São Paulo. O episódio, ocorrido em 2 de outubro de 1992, deixou ao todo 111 detentos mortos no pavilhão 9 da unidade prisional.
Ao todo, 83 PMs respondem pelos assassinatos no Carandiru. Em dois júris realizados em abril e julho/agosto de 2013, duas levas de PMs foram condenados por mortes ocorridas em outros andares do pavilhão 9.
A previsão é que o júri atual dure ao menos uma semana, já que, com a troca de advogados dos PMs –nos dois primeiros, havia sido a advogada Ieda Ribeiro de Souza; no atual, é o advogado Celso Vendramini -, a opção da defesa é pelo interrogatório de todos os réus. Nos julgamentos passados, apenas alguns representantes dos réus haviam optado por falar.
Para hoje, devem ser ouvidas as testemunhas de acusação: o perito aposentado Osvaldo Negrini Neto, o pedreiro Marco Antonio de Moura, sobrevivente do massacre, e o ex-diretor de disciplina da Casa de Detenção, Moacir dos Santos. Outras três testemunhas definidas pelo Ministério Público não foram localizadas.
Entre as testemunhas de defesa, previstas para serem ouvidas nesta terça-feira, estão o ex-secretário de Segurança Pública do Estado à época do massacre, Pedro Franco de Campos, desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo e agentes penitenciários.