A maior investigação já realizada pela ONU sobre a situação na Coreia do Norte conclui que a liderança do país asiático promove "crimes contra humanidade" e pede que os responsáveis, inclusive seu presidente, Kim Jong-un, sejam levados à Corte Penal Internacional.
Os dados fazem parte do levantamento de mais de 400 páginas e que está sendo divulgado hoje em Genebra. O informe acusa o regime de levar sua população à fome, por promover "atrocidades" e crimes praticamente diários. "A gravidade, escala e natureza dessas violações revelam um estado que não tem paralelo no mundo contemporâneo", alertou a ONU.
Para os autores do informe, os crimes se "assemelham de uma forma incrível aos crimes nazistas". Já a Coreia do Norte insiste que o informe é feito a partir de "documentos falsos".
Em suas páginas, o informe da ONU mostra como assassinatos, torturas, escravidão, violência sexual, extermínio e tantos outros crimes fazem parte da vida diária de um dos países mais fechados do mundo. Sequestros, inclusive de crianças, seriam permanentes,
A ONU estima que entre 80 mil e 120 mil prisioneiros políticos estejam em centros de detenção pelo país. Não há liberdade de expressão e qualquer tentativa de questionamento é reprimida com penas graves e até de morte.
Diante dessa realidade, a ONU apela que o Conselho de Segurança trate da situação e passe uma resolução referindo o caso à Corte Penal Internacional. A ONU também pede que sanções sejam adotadas.
O informe ainda inclui uma carta dirigida diretamente ao "supremo líder, Kim Jong-un". Nela, a ONU faz um resumo das conclusões e aponta que existe uma "sistemática violação de direitos humanos que se equivale a crimes contra humanidade".
Na carta, a ONU também alerta que o comando de um país deve ser responsabilizado criminalmente pelos atos de um estado e que o próprio Kim deveria ser julgado.