As recentes ondas de calor que provocaram mortes na Europa, Rússia, China e Estados Unidos provocaram um alerta: o mundo nunca esteve tão quente. Segundo a Nasa, o mês de junho de 2013 foi considerado o mais quente no planeta desde 1800.
Os motivos seriam a variabilidade natural do sistema climático e o aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera como o óxido nitroso (N2O), o metano (CH4) e, principalmente, o dióxido de carbono (CO2) liberado pela queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás natural. O efeito estufa é um fenômeno natural que permite que alguns gases presentes na atmosfera aprisionem o calor do Sol, impedindo que ele escape para o espaço. Em condições normais, esses gases ajudam o planeta a manter o equilíbrio da temperatura da Terra. A concentração acima do normal faz com que a temperatura do planeta suba.
Uma pesquisa divulgada pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA alerta que a poluição do planeta nunca esteve tão alta. Em maio de 2013, a concentração de CO2 na atmosfera medida pelo Observatório Mauna Loa, no Havaí, ultrapassou pela primeira vez a marca de 400 partes por milhão desde 1958, quando estes dados começaram a ser medidos. A última vez que isto aconteceu foi há mais de 3,5 milhões de anos. Antes da Revolução Industrial, no final do século 19, a concentração de CO2 era de apenas 280 ppm.Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima, autoridade científica das Nações Unidas responsável pelas informações oficiais sobre o aquecimento global, o índice de 450 ppm seria o limite aceitável para manter o equilíbrio do ecossistema e não prejudicar a existência humana no planeta. Ondas de calor, secas inesperadas, invernos mais rigorosos, furacões, enchentes, tempestades, incêndios florestais e outros eventos climáticos extremos são algumas das consequências das mudanças climáticas e devem ser cada vez mais frequentes nos próximos anos.
O derretimento de camadas de gelo e o aumento da temperatura no mar são consequências que já causam graves problemas no planeta. A velocidade com a qual a neve presente no hemisfério Norte e o gelo do Mar Ártico estão desaparecendo surpreende os cientistas, que calculam que esta região está aquecendo duas vezes mais rápido que o resto do mundo.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente apresentou no começo de 2013, um relatório que aponta que o derretimento do gelo do mar não apenas prejudicaria as espécies da região, mas também permitiria o acesso a recursos naturais como gás e petróleo e, por isso, seria uma nova ameaça ao ecossistema do planeta, já que haveria uma corrida entre os países e empresas petroleiras para o controle destas reservas de combustíveis fósseis.
Relatório publicado em julho de 2013 na revista Nature, calculou que o possível derretimento de uma camada de gelo no norte da Rússia, entre 2015 e 2025, poderia liberar 50 gigatoneladas de metano (gás causador do efeito estufa), um índice dez vezes maior do que o que existe atualmente na atmosfera, o que anteciparia o aquecimento das temperaturas esperado para daqui a 35 anos.