A Bíblia do rei Jaime (ou Tiago), também conhecida como Versão autorizada do rei Jaime, é uma tradução inglesa da bíblia realizada em benefício da Igreja Anglicana, sob ordens do rei Jaime I no início do século XVII. É o livro mais publicado na língua inglesa.
omo ocorria em geral na Europa, as versões da Bíblia utilizadas na Inglaterra da Idade Média eram escritas em latim, ainda que hajam circulado de maneira restrita algumas traduções manuscritas em inglês antigo. Nas Constituições de Oxford de 1408, a tradução da Bíblia ao inglês foi estritamente proibida, e apenas a Vulgata em latim era de uso legal.
No início do século XVI, quando a proibição ainda estava em vigor, o Novo Testamento foi traduzido ao inglês por William Tyndale, que o publicou em 1525. As autoridades destruíram os exemplares dessa edição, da qual apenas três cópias subsistem, e Tyndale foi eventualmente executado. Com a separação entre a Igreja Anglicana e a Igreja de Roma, ordenada pelo rei Henrique VIII, a situação começou a mudar. Surgiram então novas traduções da Bíblia ao inglês, como por exemplo a Bíblia de Genebra de 1560.
No início do século XVII, Jaime I encarregou uma nova tradução da Bíblia a uma comissão de 50 estudiosos. Para a nova versão foram utilizadas as traduções anteriores. De fato, 80% do texto do Novo Testamento foi reaproveitado da versão de Tyndale.1 Ao contrário da Bíblia de Genebra, porém, a nova versão de Jaime I não possuía notas de rodapé e comentários tendenciosos.
A primeira publicação data de 1611 e foi realizada em grande formato e sem ilustrações, um formato ideal para ser lida em igrejas.1 A Bíblia do rei Jaime adquiriu fama rapidamente e tornou-se a obra mais publicada da língua inglesa.