Análise da chamada 'Ação Penal 470' demorou quatro vezes mais do que o previsto inicialmente: 15 sessões. Caso terminou após 300 horas de trabalhos em 69 sessões do Supremo.
Durante quase dois anos em evidência, o processo do mensalão se notabilizou não somente pelas polêmicas e discussões entre ministros da Corte, mas, principalmente, pelos recordes históricos no Supremo Tribunal Federal (STF).
Nenhum processo demandou tanto esforço da Corte. O período destinado pelo Supremo ao mensalão foi quatro vezes maior do que o planejado pelo ex-ministro Ayres Britto quando ele pautou o processo em 2012. Na época, imaginava-se que o julgamento do mensalão demoraria 15 sessões, exigindo cerca de 90 horas. Ele gastou 300 horas em 69 sessões.
Dos 37 réus indiciados, 24 foram condenados e 13 absolvidos. Destes, 20 estão presos e três cumprem penas alternativas. Um réu, Henrique Pizzolato, está na Itália sob custódia da polícia. Desde que o mensalão começou a ser julgado, em agosto de 2012, os juízes do Supremo se debruçaram em aproximadamente 1,2 mil sentenças (condenatórias ou de absolvição). Além disso, ocorreram 51 sustentações orais (argumentações) tanto de advogados, quanto de representantes da Procuradoria-Geral da República.
As discussões começaram na primeira fase do julgamento, em 2012, e criaram momentos de desconforto na Corte. Naquele ano, por exemplo, Barbosa afirmou que Lewandowski estava sendo desleal no papel de revisor do processo. Mas o ápice da tensão entre os dois ocorreu em agosto do ano passado, quando Barbosa acusou Lewandowski de fazer “chicana” (manobra para atrasar o andamento de um processo).