Lais Bastos
Mensagens : 32 Data de inscrição : 11/02/2013
| Assunto: Insatisfação no trabalho Dom Mar 16, 2014 8:15 pm | |
| O descontentamento com o que faz ou onde faz pode, aos olhos do indivíduo, ter causas muito concretas e facilmente identificáveis: baixos salários (geralmente a primeira a ser lembrada), condições insalubres, não gostar do que faz e, ainda, o que se costuma chamar de “mau ambiente de trabalho”, ou seja, conflitos interpessoais. A razão básica por detrás de todas estas causas acha-se, via de regra, muito mais ligada ao interior da pessoa que às próprias condições objetivas do trabalho. Tem muito a ver com baixa tolerância à frustração e alto grau de exigências neuróticas. Em íntima conexão com essa condição interior há outra causa que compõe o centro da questão: a sensação, por parte do empregado, de não ter a dignidade respeitada. Sempre que pensamos em estresse ocupacional, a primeira imagem que nos vem à mente é a de um atarefado executivo, pleno de responsabilidade e sob permanente tensão psicológica. Ocorre que a tensão psicológica é apenas um dos componentes do estresse ocupacional. A pressão derivada do trabalho resulta da conjugação de dois fatores: alta tensão psicológica e baixo poder de decisão. Dessa forma, respeitados o bom senso e as condições interiores de cada um, a carga psicológica do trabalho em si não seria prejudicial se combinada a amplas possibilidades e alternativas para enfrenta-lo – isto é, poder de decisão. Nessa linha de raciocínio, seriam os trabalhadores mais humildes, com pouco ou nenhum poder de decisão, mas submetidos à elevada carga de tensão psicológica, e não os executivos, os mais expostos ao estresse ocupacional. Entre as ocupações com intenso grau de estresse, nas quais se combinam elevada carga psicológica e baixo poder de decisão, situam-se os motoristas de ônibus urbanos, trabalhadores de linhas de montagem e caixas de supermercados e bancos. | |
|