A decisão do presidente ucraniano Viktor Yanukovych, no final de 2013, de abandonar o acordo de livre comércio com a União Europeia para se alinhar à Rússia, país que dominou a Ucrânia por gerações quando esta fazia parte da União Soviética, desencadeou uma onda de protestos no país. O acordo estratégico com os russos incluía uma ajuda financeira, descontos no preço do gás e a promessa de uma zona de comércio livre.
A violenta repressão policial aos protestos fez crescer o movimento e as críticas ao governo, e alterou a pauta de reivindicações: os manifestantes não pediam apenas o alinhamento à União Europeia, mas também a saída do presidente. Após três meses de protestos, Yanukovych foi destituído. Aleksandr Turchinov, presidente do Parlamento, assumiu como presidente interino.
Na Crimeia, república autônoma da Ucrânia, confrontos entre militantes prós e antirrussos acirraram o conflito. A Rússia, que mantém uma base naval no litoral da Crimeia, no sul, enviou tropas militares para executarem manobras na fronteira. Agora, inserida no conflito, a população da Crimeia realizará um referendo para decidir se deseja pertencer à Ucrânia ou Rússia.
Enquanto isso, a Rússia e Ucrânia seguem sem uma resolução para o impasse em meio aos preparativos dos ucranianos para convocar novas eleições presidenciais, o que pode atrapalhar os planos do presidente russo Vladimir Putin, de se aproximar da Ucrânia.