Cinco pessoas foram detidas no terceiro ato contra a Copa do mundo, que reuniu 1,5 mil manifestantes na Avenida Paulista, centro de São Paulo, na noite desta quinta-feira, 13. Por volta das 23h20, a maior parte dos participantes do protesto já haviam se dispersado e cerca de 200 pessoas se reuniam na Praça da Sé. A manifestação acabou às 23h30 e não houve grande tumulto ou prisões em massa.
Com os manifestantes, a Polícia Civil apreendeu estilingues e bolas de aço. Mais cedo, às 23h, o estudante Guilherme de Souza, de 20 anos, apareceu com um sangramento na testa e afirmou ter sido agredido por um PM. Na rua Vergueiro, onde ele teria sido atingido, manifestantes e policiais quase entraram em confronto após um grupo atirar um sinalizador em direção à barreira da PM.
Um dos policiais chutou o artefato de volta e o sinalizador acabou preso no para-brisa de um carro. A Polícia correu para cercar o veículo e apagar a chama. Os agentes de segurança até ameaçaram jogar bombas de efeito moral, mas os participantes do protesto se protegeram entre os carros e a rua estava cheia de pedestres.
Para o ato, 2,3 mil policiais militares foram mobilizados, em uma megaoperação. Mais uma vez, o "pelotão ninja", especializado em artes marciais, foi convocado — 200 soldados, sem identificação nas fardas, ficaram de prontidão para evitar atos de vandalismo e depredação.
A manifestação "Não Vai Ter Copa" teve a adesão do Movimento Passe Livre (MPL). O protesto começou às 18h desta quinta-feira, 13, no Largo da Batata, em Pinheiros, zona oeste da capital. A Avenida Faria Lima no sentido zona sul foi bloqueada. A passeata organizada por 30 coletivos começou por volta das 19h15. Sob forte escolta policial, o grupo seguiu na direção da Avenida Rebouças, onde as duas pistas foram fechadas às 19h45.
Às 21h, quando os manifestantes chegaram à Avenida Paulista, uma agência do Itaú foi depredada e uma bomba, lançada. Os manifestantes carregavam faixas e bandeiras e entoaram gritos contra a Copa que se misturavam a outras reivindicações, como "Brasil, vamos acordar! Um professor vale mais do que o Neymar" e "Ei, Fifa, paga minha tarifa!".
No último protesto, no dia 22 do mês passado, 262 pessoas foram detidas e, em menos de 30 minutos de protesto, um grupo foi encurralado por PMs no centro.