A campanha do Ministério da Saúde de vacinação do HPV no país começou nesta segunda-feira (10), em postos de saúde e escolas, para meninas de 11 a 13 anos. Até 2016 serão incluídas também as de 9 e 10 anos. Sexualmente transmissível, o HPV pode provocar verrugas genitais ou lesões e é a principal causa do câncer do colo de útero - o terceiro tipo de tumor maligno mais frequente entre as brasileiras (atrás apenas do câncer de mama e de cólon e reto. A razão de imunizar uma população tão jovem é que a eficácia é maior quando o contato com o vírus ainda não aconteceu, ou seja, antes do início da vida sexual. Embora médicos e governo defendam a imunização, há quem não a recomende.
Para que as garotas sejam vacinadas nas escolas, é preciso que os pais assinem um termo de autorização. E, apesar de ainda ser muito cedo para ter uma ideia da adesão, relatos em redes sociais mostram que muitas famílias têm optado por não vacinar as garotas. Os argumentos envolvem questões pessoais e religiosas, uma vez que a imunização traz à tona o tema do sexo e, na opinião de alguns, pode fazer as jovens negligenciarem o uso de camisinha pela ideia de proteção que a campanha passa.
Mas também há pais preocupados com possíveis efeitos colaterais da vacina - pessoas que questionam até que ponto vale a pena correr algum risco, ainda que ínfimo, se, em boa parte dos casos, o próprio corpo combate o HPV sozinho, e, mesmo quando as lesões ocorrem, exames de rotina e tratamento adequado dão conta do problema.
Já existe até um perfil criado no Facebook com o nome "Sou Contra a Vacina do HPV". Os posts reúnem, além de opiniões e relatos de pais (e inclusive de profissionais de saúde), estudos publicados em periódicos científicos de renome sobre alguns casos - raros, é bom ressaltar - de doenças graves possivelmente deflagradas pela vacina.