Assunto: Maria Antonieta - A Última Rainha Qui Abr 17, 2014 2:18 pm
Menina austríaca que virou soberana da França, Maria Antonieta usou o luxo para se impor na corte de Versalhes. Mas, às vésperas da Revolução Francesa, seu mundo estava condenado a desaparecer.
A trágica saga de Maria Antonieta começa em Viena, Áustria, numa corte bem menos chique que a da França. Em 2 de novembro de 1755, a imperatriz Maria Teresa deu à luz uma menina pequenina, porém saudável. Era Maria Antônia, seu 15º bebê. O pai, Francisco I, era imperador do Sacro Império Romano-Germânico (que, naquela época, unia frouxamente algumas nações da Europa Central). Mas, apesar da pompa do cargo, não era ele quem mandava. A titular do comando do Império era Maria Teresa, que também era arquiduquesa da Áustria e rainha da Hungria e da Boêmia (hoje parte da Alemanha). Em 1770 casa-se com o herdeiro do trono francês. Torna-se rainha em 1774, quando seu marido é coroado rei Luís XVI.
Durante a crise política que culminaria na Revolução Francesa, a rainha mostra mais poder de decisão que o marido. Quando a situação se agrava, em 1791, convence Luís XVI a fugir para a fronteira oriental do país, mas o casal real é capturado e reconduzido a Paris. Consegue depois fazê-lo resistir à Assembléia Nacional Constituinte, novo nome dos Estados Gerais, que propunha uma monarquia de poderes limitados.
Em 1792, Áustria e Prússia unem-se em defesa da monarquia na França. Durante a guerra, Maria Antonieta é acusada de conspirar a favor de seu país natal. O ódio contra a rainha dá ímpeto à insurreição que derruba a monarquia em 1792. Luís XVI é executado em janeiro de 1793 e Maria Antonieta, em outubro, em Paris.
Curiosidade Maria Antonieta nunca disse: "Se não têm pão, que comam brioches!” A frase virou ditado usado até hoje para criticar qualquer governante insensível. Ela teria sido dita por Maria Antonieta durante sua coroação, em 1774, quando soube que o povo das províncias francesas não tinha pão para comer. Tudo isso, porém, não passa de lenda. É consenso entre os historiadores que a rainha nunca disse a frase, que acabou sendo usada contra ela durante a Revolução Francesa. Mas como é que esse dito foi parar na boca de Maria Antonieta? A pista mais provável vem do livro Confissões, do filósofo francês Jean-Jacques Rousseau, publicado pela primeira vez em 1778. Lá ele diz: “Recordo-me de uma grande princesa a quem se dizia que os camponeses não tinham pão, e que respondeu: ‘Pois que comam brioche’”. Os registros históricos disponíveis, entretanto, mostram que, na época de sua coroação, Maria Antonieta se preocupava com a situação dos pobres. Numa de suas cartas à mãe, ela chega a comentar o alto preço do pão. E acrescenta: “Tendo visto as pessoas nos tratarem tão bem, apesar de suas desgraças, estamos ainda mais obrigados a trabalhar pela felicidade deles”.Outra controvérsia, que não tem nada a ver com Maria Antonieta, envolve as origens do protagonista da discórdia, o brioche. Com características mistas de pão e bolo, ele pode ser servido com coberturas e recheios doces ou salgados. Há quem diga que o brioche nasceu na Normandia (norte da França). Mas outras fontes apontam raízes austríacas, como as da família da rainha.
Há vários filmes que retratam a vida de Maria Antonieta, sendo o mais recente de 2006.