A queridinha Rachel Sheherazade, “jornalista” do SBT, foi às telas nesta semana comentar sobre o ocorrido no bairro do Flamengo, quando um grupo de agressores denominados de “justiceiros”, prenderam um adolescente nu a um poste, depois de espancá-lo e cortarem uma de suas orelhas.
Seria só mais uma aparição televisiva com discurso ultra-reacionário, o qual já nos acostumamos a ouvir em rede nacional. Mas desta vez, a “jornalista” incitou explicitamente a violência, quando alegou que “a atitude dos “vingadores” é até compreensível [...] O quê que resta ao cidadão de bem que ainda por cima foi desarmado? Se defender, é claro! O contra-ataque aos bandidos é o que eu chamo de legítima defesa coletiva”. Ou seja, para os que se autodenominam “cidadãos de bem” é legítimo o uso da violência, julgado e executado por eles mesmos. São, todos estes, juízes divinos, talvez.
Para completar o discurso que sempre é lançado pela turma dos “direitos humanos para os humanos direitos” (ou de direita, mesmo) foi repetido: “E aos defensores dos direitos humanos que se apiedaram do marginalzinho preso ao poste, eu lanço uma campanha: faça um favor ao Brasil, adote um bandido”.
Ela ainda se revolta por estar falando de um país que tem 80% dos casos de homicídios arquivados. Mas suspeito que a “jornalista” não se importe muito com estas vítimas, já que a maior incidência destas é em negros e pobres (como já tratei em artigo anterior desta coluna, intitulado de “Sobre negros, violência e salários”). Por que ela se importaria com mais um “marginalzinho” (termo utilizado em seu discurso)?