Em três dias de paralisação de rodoviários no Rio — quinta-feira (
, terça (13) e esta quarta (14) — pelo menos 708 ônibus foram danificados, segundo a Rio Ônibus. Ainda de acordo como sindicato das empresas, o serviço de transporte coletivo está sendo normalizado com a volta ao trabalho e, até as 18h, 44% da frota municipal estava em circulação. Dezenove ônibus haviam sido depredados, sendo 18 só na Zona Oeste.
Os principais danos são em retrovisores, parabrisas e vidros. Na Baixada Fluminense, que teve paralisação pela manhã e início da tarde, 26 ônibus haviam sido depredados até 17h. A circulação em Nova Iguaçu, São João de Meriti, Belford Roxo, Nilópolis, Japeri e Queimados foi normalizada no fim da manhã desta quarta-feira (14), informou o Transônibus, sindicato que representa 36 empresas de ônibus dos seis municípios. A greve na região acabou devido à baixa adesão. Nesta terça-feira, durante entrevista, o grupo de rodoviários dissidentes afirmou que a greve no município do Rio seria realizada até o horário previsto, à 0h desta quinta. Os representantes dos grevistas disseram também que empresas de ônibus estão financiando pessoas armadas para ameaçar os adeptos da paralisação, como forma de represália.
De acordo com Hélio Teodoro, um dos porta-vozes do movimento grevista, um motorista foi ameaçado com uma arma de fogo na porta da garagem da empresa Campo Grande, na Zona Oeste, na noite de segunda (12), após o anúncio da paralisação. "As empresas têm dinheiro para pagar essas pessoas mas não para aumentar nosso salário. Soubemos que houve demissões de motoristas por parte dos patrões. A solução é o sindicato e as empresas sentarem com a gente para negociar", disse Hélio.
A Rio Ônibus afirmou que a acusação é "absurda". Segundo a empresa, há apenas policiais militares nas garagens das empresas de ônibus, como determinado pela Prefeitura do Rio, e também fiscais das empresas atuando em alguns pontos da cidade.
A categoria convocou uma nova assembleia para quinta-feira (15) após o término da greve para decidir o rumo da paralisação e se a decisão da Justiça de recolocar a parte da frota na rua será acatada.
No entanto, o grupo afirmou que não tem como garantir que essa parcela volte a trabalhar se não houver negociação.