RIO - As manifestações contra os gastos para a realização da Copa do Mundo não repercutiram como o esperado nas redes sociais. A pedido do GLOBO, a empresa Bites Consultoria fez um monitoramento dos protestos de quinta-feira na internet. Segundo o levantamento, até às 18h06 de ontem, as palavras “protesto” e “manifestação”, incluindo os seus plurais, foram citadas 35.968 vezes no Twitter, Facebook, blog e outros canais. Ou seja: 17 vezes menor em comparação ao volume das mesmas expressões publicadas em perfis nos atos de 20 de junho do ano passado, dia de maior pico daquelas ações.
Ontem, os internautas falaram mais de greve (32.309 citações) e da crise de segurança no Recife (43.623). De acordo com a Bites Consultoria, a explicação para a baixa adesão digital ocorreu porque os críticos da Copa apostaram que as manifestações de quinta-feira foram apenas o início de um movimento que terá seu ápice em 12 de junho, data da abertura do evento, em São Paulo, no jogo entre Brasil e Croácia.
Para a empresa, outro fator foi a falta de gente publicando mensagens em favor de quem estava nas ruas porque não houve uma causa única para o bloqueio de avenidas, rodovias e pontos importantes das capitais. No ano passado, o aumento do preço das passagens de ônibus era o principal objetivo dos atos.
No Twitter, os perfis que mais falaram nos protestos procuravam reproduzir notícias ou informar à população sobre problemas no trânsito ou no deslocamento de casa para o trabalho. Um dos exemplos apontados pela Bite Consultoria foi com o perfil da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo, que fez 51 tweets com orientações. A prefeitura também utilizou a sua conta com o mesmo objetivo e publicou 48 posts. Apenas uma rádio fez 28. Os perfis dos grandes portais e sites de notícias não lotaram suas contas com notícias das manifestações.
O engajamento nas rede sociais não ocorreu mesmo os protestos estando sob a organização de entidades como o Movimento dos Sem-Terra (MST), Comitê Popular contra a Copa do Mundo e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).