O Sistema Cantareira, que responde pelo abastecimento de água para 9 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo, chegou nesta quinta ao menor nível de sua história, 8,2%, de acordo com a Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp).
O governo estadual e a Sabesp iniciaram a captação de água da reserva técnica da represa Jaguari/Jacareí, anunciada para ter início hoje. A reserva técnica é o volume de água das represas que fica abaixo da cota mínima de captação.
A água retirada da reserva técnica ou volume morto, como também é chamada, será levada para a Estação de Tratamento de Água Guaraú, na zona norte de São Paulo. O nível do Sistema Cantareira será acrescido de 182,5 bilhões de litros de água, o que fará com que o nível suba 18,5% a partir de sexta-feira.
Para retirar a água do volume morto, foram instaladas 17 bombas flutuantes, que levarão a água por túneis até a estação de tratamento. A instalação das bombas foi iniciada em 17 de março, com a construção de dois canais com 3,5 quilômetros de extensão. Foram dois meses de obras e investimento de R$ 80 milhões.
O volume da reserva técnica é formado pela mesma água do atual volume útil do sistema e o total chega a 400 bilhões de litros. A estimativa da Sabesp é que a quantidade de água seja suficiente para abastecer a região metropolitana de São Paulo até 2015. Se começar a chover com regularidade o uso do volume morto será suspenso.
O governador Geraldo Alckmin, que acompanhou o acionamento das bombas que farão a captação da água, disse que o governo está se empenhando para sanar o problema de abastecimento de água.
“O Governo de São Paulo não está esperando São Pedro para resolver o problema da seca. Nós estamos trabalhando 24 horas por dia com todo o empenho, engenharia e técnica para garantir o abastecimento de água à população. Quero agradecer à população da região metropolitana de São Paulo, que tem aumentado, mês a mês, o uso racional da água. Chegamos à primeira quinzena de maio com um índice de 84% de redução no consumo”, falou Alckmin.
O Sistema Cantareira trata em média 32.560 litros por segundo, representando 47% da água distribuída na região metropolitana de São Paulo e 65% da demanda da capital paulista. O Sistema Cantareira libera também, no mínimo, 3.000 litros por segundo para as regiões de Campinas e Piracicaba.
De acordo com nota do governo estadual, entre 2013 e 2014 a quantidade de chuva foi desfavorável na bacia de contribuição do Cantareira, provocando a pior seca desde que as medições dos institutos de meteorologia começaram, há 84 anos. Em dezembro de 2013, foi registrado índice 72% menor que a média. Em janeiro e fevereiro, choveu 65% menos que o normal.