Durante o século XIX a dominação estrangeira se ampliou e adquiriu novas características. Havia uma disputa entre as próprias potencias europeias, no contexto da Segunda Revolução Industrial
Antecedentes
A ocupação europeia na Índia se iniciou no final do século XV, com a expansão portuguesa. O enorme território que denominamos de “Índia” fazia parte do império Mogol (não Mongol) de predomínio islâmico e estrutura semelhante ao feudalismo, e era ocupado por diversos povos, de origens, línguas e culturas variadas.
Os portugueses foram os primeiros europeus a se instalar na Índia, na verdade, a ocupar algumas regiões do litoral daquela região, criando algumas feitorias, que pudessem garantir o comércio de produtos raros na Europa, as “especiarias”. Em 1498 Vasco da Gama chegou a Calicut e Goa foi ocupada em 1510.
Na 2ª. Metade do século XVIII a Inglaterra conheceu um processo de consolidação do capitalismo, suas conquistas além-mar se ampliavam assim como seu desenvolvimento interno, com a industrialização. A ampliação de mercados ganhava novas caraterísticas e baseava-se na força militar naval do país e em sua força econômica, que promovia novas conquistas.
Nesse século as relações entre os ingleses e indianos se inverteram, pois as industrias inglesas ampliaram suas exportações, invadindo a Índia através da Companhia Inglesa das Índias Orientais. A Índia, que antes exportava tecidos para a Grã-Bretanha, passou a ser mera fornecedora de matérias-primas e importadora de produtos industrializados.
A dominação britânica foi executada na prática pela Companhia das Índias Orientais (Britânica) e implicou no controle de diversas partes do território indiano, eventualmente com a conivência de governantes locais.
A Guerra
Durante o século XIX a dominação estrangeira se ampliou e adquiriu novas características. Havia uma disputa entre as próprias potencias europeias, no contexto da Segunda Revolução Industrial e teorias racistas, de superioridade do homem branco, se desenvolveram com um verniz pseudocientífico. Um dos elementos novos nesse processo de neocolonialismo foi a maior presença de missionários cristãos nas áreas dominadas – inclusive na Índia – somando-se a já desenvolvida exploração econômica e à miséria acentuada.
Os Cipaios viviam uma situação contraditória, pois possuíam um trabalho, porém eram explorados e tratados de forma preconceituosa pelos ingleses, sem qualquer possibilidade de ascensão social. Organizados e unidos por suas crenças – alguns hindus, outros muçulmanos – difundiram a ideia de que os indianos seriam convertidos à força a uma nova religião, o cristianismo, por missionários ingleses, passaram a defender o fim da dominação inglesa na Índia. Esses soldados revoltaram-se sob a alegação de que os cartuchos distribuídos entre a tropa tinham sido untados com óleo de gordura animal - de vaca ou de porco – ofendendo tanto a hindus como aos muçulmanos.
As rebeliões eclodiam no inicio de 1857, atingiram diversos setores da sociedade e foram duramente reprimidas pelos ingleses. A execução de seu principal líder deu aos indianos um mártir, sua morte heroica se espalhou por diversas regiões e estimulou novas rebeliões.
Quando os reforços chegaram da Inglaterra, seu primeiro objetivo foi retomar a cidade de Delhi. Foi uma luta sangrenta e demorada: alguns milhares de homens, mulheres e crianças foram massacrados. Após vários meses de luta contra a Grã-Bretanha retomou todo o norte da Índia. O xá Bahadur II, último imperador mogol, que apoiara a revolta, foi exilado e seus filhos executados. Em 1858 a coroa britânica assumiu a responsabilidade direta pelo governo da colônia, a rainha Vitória foi proclamada imperatriz da Índia e começou o período dos vice-reinados, acompanhada da extinção da Companhia das Índias Orientais.