Na contramão de seus principais vizinhos sul-americanos, o Brasil caiu no ranking dos países com maiores gastos militares no mundo em 2013, segundo um estudo do Sipri (Instituto Internacional de Estudos da Paz de Estocolmo, na sigla em inglês), divulgado nesta segunda-feira.
A queda no ano passado foi de 3,9% e fez com que o país deixasse a lista dos dez maiores investidores no setor.
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Com despesas da ordem de US$ 31,5 bilhões (R$ 70 bilhões) em 2013, o Brasil ocupa agora a 12ª posição no ranking, duas a menos do que no ano anterior, e atrás de países como Estados Unidos, Coreia do Sul e Itália.
Em contrapartida, outros países latino-americanos, como Colômbia (+13%), Honduras (+22%) e Paraguai (+33%), vêm expandindo significativamente seus orçamentos militares.
Segundo o Sipri, os gastos militares na região registraram um crescimento real (descontada a inflação) de 2,2% em 2013 e de 61% nos últimos dez anos.
O relatório, entretanto, destaca que a trajetória de alta na América do Sul foi impactada pelo mau desempenho do Brasil.
"Em contraste com os anos anteriores, a taxa de aumento dos gastos militares na América do Sul caiu, principalmente por causa do Brasil, o maior investidor da região", informa o relatório.
"Os gastos militares brasileiros cresceram rapidamente, em torno de 7% entre 2003 e 2010, mas registraram seu pico em 2010", acrescenta o estudo.
O Brasil também fica atrás na comparação com outros latino-americanos quando são analisadas as despesas militares na última década.
De 2004 a 2013, os gastos brasileiros no setor subiram em média 48%, taxa inferior a de países como Equador (+175%), Argentina (+155%) e Honduras (+137%).
O levantamento do Sipri, intitulado Tendências dos gastos militares no mundo, é divulgado anualmente com base em dados de mais de 170 países e inclui todo tipo de despesa no setor, desde compra de equipamentos a pagamentos de salários e pensões.