- O homem, um ser material
O homem é antes de tudo um animal, possuindo assim um corpo, ou uma “matéria viva complexamente organizada”, e sendo assim, possui mobilidade e possibilidade de se aperfeiçoar até certo ponto. E, por ocupar um local no meio físico e cultural em que vive, o homem é tido como um ser material e corpóreo.
- O homem, um ser racional
O homem tem posse e utiliza a razão para refletir, emitir juízos, dominar e modificar a natureza, buscar conhecimentos técnico-científicos, elaborar conceitos e idéias. E todos esses atos do homem de conhecer, refletir e de raciocinar sobre os demais seres vivos, é expandida também a capacidade de conhecer e compreender a si mesmo.
Como ser racional e pensante, transcende os limites impostos pelo seu corpo e cria novas realidades, novas coisas, bem como é capaz de se recriar, modificando-se e aperfeiçoando-se.
- O homem, um ser psíquico
O homem é um ser único, dotado de uma personalidade exclusiva, que necessita de afeto, compreensão, aceitação, auto-estima e auto-respeito. Além de nutrir diferentes sentimentos pelos demais indivíduos e pelas coisas que fazem parte do seu “estar no mundo”. E, na medida em que procura ultrapassar os limites impostos pelo meio físico e cultural em que vive e, em certo sentido, ultrapassar-se e lançar-se em busca de outras realidades a que aspira, é movido por uma gama imensa e variada de desejos e necessidades sensíveis, morais, racionais e espirituais que o impulsionam na direção de sua plenitude.
- O homem, um ser social e político
O homem não vive sozinho, necessitam de um meio social, na busca de poder compartilhar sua existência com os demais, movido pela necessidade de buscar o bem comum.
A sociabilidade é inerente ao ser humano e garante a perpetuação se sua história. A convivência social permite-lhe compartilhar experiências e vivências passadas e presentes, bem como projetar realizações futuras mediadas pelo uso contínuo que faz da linguagem. E para possibilitar uma convivência harmoniosa, resultado da associação permanente entre indivíduos diferentes, o homem estabelece normas e padrões se conduta, promulga leis que regulam a vida em sociedade. E a partir deste ponto vista, percebemos que o homem além de ser um ser social, é um ser político.
- O homem, um ser da práxis
O homem é caracterizado com um ser da práxis, pois o processo de produção da existência humana é um convite permanente para a ação, isto é, um ser da ação.
A diferença do homem para com os animais é de que, o homem tem uma ação consciente, finalística, livre e responsável. As relações do homem com a natureza e com os outros homens cria um complexo de relações práticas e sociais, um mundo de finalidades que constitui a contextura da história que se torna sua verdadeira natureza.
- O homem, um ser livre
O homem, apesar de ser movido em parte pelos os seus instintos naturais, tem a capacidade de dominá-los através de suas livres decisões e escolhas. Assim, sua liberdade o eleva acima de mero agir e existir instintivo.
Devido a sua capacidade de raciocinar, de julgar, de discernir e de compreender, o homem é hábil a fazer escolhas e a optar livremente. E ao fazer suas escolhas entre bem e mal, certo e errado, verdadeiro e falso, conveniente e inconveniente, ao compreender e discernir as conseqüências de suas ações e opções, o homem se caracteriza como um ser livre. Sendo livre, é também um ser moral.
- O homem, um ser ético e estético
O homem é rodeado por questionamentos éticos que requerem respostas urgentes. E tais questões evidenciam a existência de uma realidade factual (“aquilo que é”) e de uma realidade normativa (“aquilo que deve ser”). Na tentativa de transformar “aquilo que é” em “aquilo que deve ser” o homem se apresenta como um se moral.
Como um ser moral, o homem é atraído pelo bem, pela justiça, pela verdade, pela honestidade, e é compelido a repelir o mal, a injustiça, a falsidade e a desonestidade. E como ser estético, é permanentemente atraído pelo belo. O homem não é somente um apreciador do belo e das coisas belas. Ele pode criar, inventar e renovar o belo por meio da arte, que nada mais é do que a maneira intuitiva segundo a qual apreende a natureza, a realidade concreta e existencial que o cerca.
- O homem, um ser finito, perfectível e inacabado
O homem é o único ser que tem consciência de sua finitude. Sabe que sua vida tem começo, meio e fim. E assim, ele não se satisfaz com o que é ou com aquilo que possui, tenta continuamente buscar “algo” mais, apesar de ter consciência de seus limites.
As teorias e seus respectivos folósofos
- Heráclito de Éfeso >> O homem, um ser finito, perfectível e inacabado
- Parmêndes de Eléia >> O homem, um ser racional
- Sócrates >> O homem, um ser racional
- Platão >> O homem, um ser material
- Aristóteles >> O homem, um ser social e político
- Epicuro >> O homem, um ser ético e estético
- Sêneca >> O homem, um ser social e político
- Santo Agostinho >> O homem, um ser psíquico
- Santo Tomás de Aquino >> O homem, um ser livre
- Pascal >> O homem, um ser finito, perfectível e inacabado
- Rousseau >> O homem, um ser racional
- Schopenhauer >> O homem, um ser psíquico
- Marx >> O homem, um ser racional
- Sartre >> O homem, um ser psíquico
Após a leitura do texto “O homem: quem é ele, afinal?”, vimos como é difícil tentar dizer o que é “o homem”, mas podemos perceber que o homem é um ser de grande complexidade. Tal complexidade se deve ao fato de que o ser humano é o único animal racional, e com o poder da razão, ele acaba tendo uma maior interação com ele mesmo, seus semelhantes e o meio físico no qual vive.
Com a capacidade de pensar, o homem acaba tendo o poder da decisão sobre suas atitudes e pensamentos. Essas decisões são influenciadas pelos seus sentimentos e memórias. Todo esse conjunto acaba tornando o ser humano, algo difícil de se tentar explicar.